Sinopse

Dentro de clima leve e ligeiro, a peça O Inspetor Geral, escrita em 1836 pelo ucraniano Nicolai Gógol, fala de política - mas não só. A comédia destila críticas a políticos e administradores de maneira geral, a subornadores e subornados, ao serviço de aparência e à hipocrisia das instituições e dos cargos públicos. Não faltam espirros ácidos ao comportamento frívolo das mulheres, à credulidade simplória e à hipocrisia insensível dos homens. E, se quisermos, a toda humanidade em geral - ou “a nós mesmos”. Entretanto, a peça o faz sem as generalizações banais destes termos, com cenas de muito bom humor e em ótimo ritmo.

O argumento é simples e bom: com a notícia da visita que se aproxima do inspetor geral, supervisor de alto escalão das repartições públicas, o pequeno vilarejo e seus principais funcionários entram em pânico. O governador, o juiz, o diretor dos hospitais, a chefe das escolas e outros representantes públicos confabulam a melhor forma de receber o visitante - e dissuadi-lo de qualquer inspeção. Surge aí o aproveitador Ivan Aleksándrovitch Khlestakov, malandro viajante equivocadamente tomado por todos como o inspetor geral em pessoa. Na confusão do papel e das inspeções não faltam situações hilárias de denúncia aos meandros do poder, à corrupção, à delação, à impunidade, aos favores etc.